Código
GR14
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Centro Oftalmológico de Minas Gerais (COMG)
Autores
- CLARA LEMOS CARNEIRO TRINDADE (Interesse Comercial: NÃO)
- SANDRA CRISTINA VALLIM COSTA DE CARVALHO (Interesse Comercial: NÃO)
- GUSTAVO DE CASTRO LIMA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
UTILIZAÇAO DE MULLERECTOMIA POR VIA ANTERIOR NA CORREÇAO DE PTOSE EM SINDROME DE BLEFAROFIMOSE: UM RELATO DE CASO
Objetivo
O objetivo deste estudo é relatar um caso de tratamento cirúrgico de blefarofimose em criança com técnica de ressecção do músculo de Muller por via anterior. Evidencia-se o ineditismo do uso dessa técnica para a correção de ptose congênita, além de seu resultado favorável.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 6 anos, previamente hígida, encaminhada com diagnóstico de blefarofimose associada a ptose congênita bilateral. Na anamnese, apresentava acuidade visual de 20/20 em ambos os olhos (AO), ortoforia e posição viciosa de cabeça com elevação do mento, utilizada para compensar a obstrução do eixo visual, já que a ptose era importante em AO. Ao exame, observou-se fenda palpebral reduzida e cobertura parcial da pupila, com função do músculo elevador da pálpebra superior (MEPS) inferior a 5 mm. Motilidade ocular e biomicroscopia sem alterações. Foi indicada correção cirúrgica em tempo único. O procedimento foi iniciado com abordagem do epicanto e fixação do tendão cantal medial ao periósteo. A incisão do epicanto foi então prolongada para a pálpebra superior. Durante o ato operatório, observou-se MEPS fibrosado. Diante disso, optou-se por uma abordagem inédita: a realização de mullerectomia por via anterior (ressecção e plicatura do músculo de Müller). O procedimento transcorreu sem intercorrências, com resultado estético e funcional para a paciente. No pós-operatório imediato, a paciente apresentava fenda palpebral adequada, simetria, resolução da posição viciosa de cabeça e campo visual restaurado.
Conclusão
A correção cirúrgica de blefarofimose requer a combinação de técnicas, sendo uma cirurgia desafiadora. O caso demonstra a eficácia e viabilidade da mullerectomia por via anterior, mesmo em ptose congênita com comprometimento completo do MEPS, além de envolver um menor tempo cirúrgico e ser livre de algumas complicações inerentes a outras técnicas, como ceratite.