Código
GR23
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Centro Oftalmológico de Minas Gerais (COMG)
Autores
- LAURA FONTOURA CASTRO CARVALHO (Interesse Comercial: NÃO)
- BRUNA PENNA GUERRA LAGES (Interesse Comercial: NÃO)
- GUSTAVO CARLOS HERINGER (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SINDROME DA RETRAÇAO IRIANA HIPOTONIA OCULAR E HETEROCROMIA - RELATO DE CASO
Objetivo
Descrever um caso de síndrome da retração iriana em uma paciente com descolamento de retina e discutir seu manejo com base na literatura.
Relato do Caso
Paciente feminina, 62 anos, procura atendimento oftalmológico de emergência queixando de baixa AV em OD há 2 semanas. Nega quaisquer antecedentes relevantes. Ao exame, apresentava AVCC: <20/1000 (OD), 20/20 (OE). Biomicroscopia sem alterações. Mapeamento de retina (OD) revelou DR com grande bolsão superior sobre a mácula, rotura nasal superior extensa e duas outras roturas inferiores. PIO: 10 mmHg. Após 10 dias, retornou com dor ocular; AVCC inalterada. Apresentava ao exame heterocromia de íris, CA ampla, dobras de Descemet, midríase média fixa e retroversão iriana; inserção iriana retrovertida 360° à gonioscopia; PIO de 6 mmHg e dobras de coroide nasais ao FO. Iniciado corticoide oral, tópico e atropina, com acompanhamento e reestabelecimento da CA antes da cirurgia. Foi então submetida à vitrectomia para DR. Após 6 meses, AVCC: 20/200 (OD), PIO: 12 mmHg, com óleo de silicone na cavidade vítrea, e reestabelecimento da coloração iriana. A Síndrome de Retração Iriana (SRI) é condição rara, com abaulamento posterior da íris periférica, CA profunda, associada à hipotonia ocular, DR e descolamento de coroide. Geyer et al sugeriu que a etiologia dessa apresentação é a redução na produção do humor aquoso pelo corpo ciliar e aumento do extravasamento na vasculatura iriana, associado a um fluxo retrógrado do HA pelo trabeculado, causando aumento da pressão na CA maior que na câmara posterior, resultando da retração da íris.
Conclusão
A SRI é uma condição rara, com necessidade de intervenção precisa do médico assistente. No caso apresentado, o tratamento inicial foi eficaz para a resolução da retração da íris e da heterocromia, normalizando a PIO e promovendo a melhora do descolamento de coróide. O manejo farmacológico permitiu uma abordagem segura para correção cirúrgica do descolamento de retina.