Código
GR17
Área Técnica
Oncologia Ocular
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital CEMA
Autores
- MATHEUS PORTELA MOLINARI (Interesse Comercial: NÃO)
- PAULO EMÍLIO NOVAES (Interesse Comercial: NÃO)
- ANTÔNIO SERGIO DE FRANÇA NEVES (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MEMBRANA NEOVASCULAR SUBRRETINIANA (MNVS) EM NEVO DE COROIDE: UM CASO RARO E DESAFIANTE
Objetivo
Este relato tem por finalidade descrever um caso de MNVS secundária a um nevo de coróide, abordando achados clínicos, desafios diagnósticos e opções terapêuticas.
Relato do Caso
AOR, masculino, 75 anos, compareceu para avaliação de rotina. Histórico oftalmológico: facoemulsificação com implante de lente intraocular bilateral, ceratoplastia penetrante e glaucoma primário de ângulo aberto em OE. Com diabetes mellitus não insulino-dependente e histórico familiar de câncer ocular, faz uso de Glaucotrat, Ster e Dimetilpolisiloxane em OE. No exame oftalmológico, a acuidade visual foi 20/25 no OD e conta dedos a 2 metros em OE. A biomicroscopia revelou pseudofacia com discreta opacidade capsular em OD e pseudofacia com botão de transplante corneano sem sinais de rejeição em OE. A fundoscopia do OD evidenciou uma área hiperpigmentada de aproximadamente 3 diâmetros papilares na região papilomacular, associada a exsudatos duros e micro-hemorragias. A ultrassonografia ocular em OD revelou ecos puntiformes de baixa refletividade, esparsos e homogêneos, com opacidades lineares próximas à parede ocular. A tomografia de coerência óptica mostrou edema macular e pontos hiper-refletivos com irregularidade da retina interna. A angiofluoresceinografia revelou vazamento de contraste na região do nevus, levando ao encaminhamento para investigação especializada.
Conclusão
A neovascularização secundária a nevo de coróide é rara, mas pode impactar significativamente a visão. Os fatores de risco incluem idade avançada, aumento da lesão, alterações no epitélio pigmentário e halos amarelados. A ruptura da membrana de Bruch e a expressão de fatores angiogênicos estão possivelmente envolvidas na MNVS. O tratamento padrão é a terapia com anti-VEGF, que reduz a atividade neovascular e melhora a função visual. Outras opções, como fotocoagulação a laser e terapia fotodinâmica, podem ser consideradas em casos refratários. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado minimizam os impactos visuais, sendo o acompanhamento regular essencial para monitorar a progressão da doença.